quarta-feira, 6 de abril de 2011

O MERCADO DAS SETE PORTAS E O MERCADO POPULAR

Pouca gente sabe, mas o nome oficial do Largo das Sete Portas até alguns anos atrás era Largo 1º de Maio. O mercado, construído pelo empresário Manoel Pinto de Aguiar em 1940, também se chamava 1º de Maio, numa referência à sua localização. O historiador Cid Teixeira explica que "havia um armazém na rua do Sangradouro (Barão de Cotegipe) que possuía sete portas. Esse armazém servia de ponto de referência. As pessoas diziam algo do tipo: te encontro ali no largo do armazém das sete portas. O nome acabou sendo incorporado". Seu Anísio acrescenta que o nome do mercado mudou porque, além de chamar o Largo 1º de Maio de Sete Portas, a população também começou a chamar o mercado pelo mesmo nome. "Em Salvador, o nome que o povo coloca é o que fica, então o mercado ficou conhecido como Sete Portas. Nos anos 70 a razão social foi mudada e incorporou de vez o apelido", revela.

O mercado das Sete Portas ainda pertence à família de Pinto de Aguiar, que, além de ser o fundador da Editora Progresso, também construiu o Mercado Popular de Água de Meninos, em 1946. A diferença é que enquanto o Mercado das Sete Portas foi construído sobre terreno próprio, o de Água de Meninos foi feito num terreno da prefeitura. Pinto de Aguiar e os sócios exploraram o mercado Popular de Água de Meninos por 30 anos. Depois que o período da concessão acabou, ele foi entregue ao município e atualmente após uma ampla reforma, o Mercado Popular é uma referência no comércio de pescado da capital.

Diversidade cultural

No dia da inauguração do Mercado Popular 1º de Maio, a esposa de um dos sócios de Pinto de Aguiar deu à luz filhos gêmeos. O mercado então foi consagrado a São Cosme e São Damião e todo ano, no mês de setembro, aconteciam concorridos carurus de 40 mil quiabos, com direito a missa dentro do mercado, seguida de procissão e foguetório. Com a proibição da Igreja Católica de que os padres celebrem missa fora das igrejas, a comemoração perdeu força. Para não deixá-la morrer, a família de Pinto de Aguiar ainda faz um pequeno caruru para os funcionários do mercado.